quinta-feira, novembro 10, 2005

Errado e certo

Vou te dizer que não escovo os dentes há 6 anos só pra assistir o teu já esperado sorrisinho cínico. Desse modo, você aproveita e mostra que tem tratado bem dos seus.
Não vou sorrir agora pra não quebrar o encanto desse momento... Momento que é parte de um processo. Processo no qual fui me tornando cada vez mais repugnante a partir daquele direto, seco e simples "sai". Ainda não é a hora de mostrar o quão pouco daquele "facho cegante" que eu fui, restou. Agora, sem nenhum glamour eu sou a luz justa pra penumbra em que eu vivo e por mais estranho que seja eu sinto que há uma dignidade nisso.
Vamos lá. Isso tudo é uma metáfora. Abandonei meus próprios dentes à uma sorte entre aspas e sem grandes medos por dentro. Quando digo isso, em resumo, digo: fiz porque eu quis. Meu sorriso, que reservo para o justo final de nossa palestra é a sentença de que me condenei à dono do próprio destino. Digno ainda que banguela, escroto ainda que o mesmo homem doce de sempre. Não se sinta uma santa. Isto não é imolação. Também não virei mendigo. Aliás, me recusei a mendicância. Quis apodrecer a boca, somente a boca. O resto que há em volta - meu corpo - degradei de outros jeitos mais sutis mas também muito eficazes.

Agora sim... Abro a caverna e sorrio.
Isto é uma metáfora.