segunda-feira, junho 28, 2010

Eu e o Bruxismo

Sua respiração curta denunciava seu estado de nervos. O punho estava crispado quando ele percebeu a dor em seu ombro esquerdo. O pulso também repetia em loop ascendente que seus projetos de vida haviam se distanciado a ponto de não serem mais vistos do ponto onde estava. O ponto onde ele estava era ainda onde seus pés ficaram plantados, fincados, tragados desde o dia em que perdemos contato. "Se eu continuar trincando os dentes assim logo terei cacos presos em minhas gengivas macerando minha língua até virar um fiapo de carne" - recitou mentalmente.
É... Eu gostaria de escrever um texto mais luminoso. Mas ainda não consigo. Talvez seja força do hábito. Me pergunto até se eu gostaria. Gostaria? Acho que gostaria. Seria bom não se sentir assim um dia, uma semana ou uns meses.
Então, faço o seguinte, combino comigo mesmo que como ando numas de me recondicionar vou reescrever esse meu início, ou seja tentar, um reinício. Vai ser parte do meu tratamento. O Rivotril que não tomei não me deixa mentir que sofro dum sintoma oculto de esperança.