segunda-feira, março 01, 2004

Menino do Rio. Constato. Operação Condor.

Menino do Rio

O que vc acharia duma pessoa que tem o mapa dos istêites tatuado nas costas?
Pois é. E se essa figura falasse no celular como um guarda-costas fala ao walkie-talkie?
Nem preciso mais descrever a figura não?
Saiba que seu nome é Caldwell e ele mora na Tijuca.
Caldwell malha diariamente. Defende a pena de morte para mendigos e acredita que a salvação da humanidade está na potência bélica dos EUA. No curso de direito daquela faculdade nova na Barra encontrou pares na idéia de revolucionar o mundo no muque. Andam juntos e nas festas não tem pra ninguém: só dá a Galera do Caldo. Caldo é o óbvio apelido de Caldwell, sarado, candidato a televisivo, neonazista e futuro advogado – quem sabe juiz? Este era o sonho de seu pai e o que era bom pra seu pai era ótimo pra ele também. Não tinha conversa.

Pois é, Caldo escolheu a carreira certa. Em 98, juntou um garoto num point da Barra porque ele usava arco na cabeça. Claro que não fez isso sozinho. A Galera ajudou, mas sobrou mesmo pro Caldinho, que era o mentor e que mais barbarizou o moleque segundo relatos de seus próprios amigos. “Não era pra matar.” – disse Caldo pro pai que deu-lhe um puta esporro. Mas tudo bem. Vou cuidar do teu caso. Tenho um amigo que conhece um dos melhores advogados do Brasil. Não era. O pior que o moleque do arco era filho de um cantor bahiano... de renome. Porra, que azar – se ainda fosse um merdinha qualquer. O que ele fez ao moleque foi muito amador perto do que fizeram a Caldo quando foi preso. Ligou várias vezes pra casa chorando mas o pai se recusava a atender. Caldo era um pária.

Foi solto hoje. Sabiam não?
Pouca notícia se deu ao fato, mas semana que vem o pai de Caldo vai virar notícia e estatística... Imaginem que ele vai ser baleado num sinal no meio da Conde de Bonfim... Foi um maluco numa moto.
É uma pena que ninguém vai parar pra analisar isso. Daria uma tragédia familiar... Ainda que curta e banal.


Constato

Eu sou um velho aposentado nu em cima duma cama num quarto escuro em Copa.
Eu olho para o meu piru e lembro de tudo o que eu já fiz com ele.
Foi pouco.


Constato

- Amanda? Pode subir.
Eu sou um velho aposentado nu em cima duma cama num quarto escuro em Copa.
Eu olho para o meu piru e lembro de tudo o que eu já fiz com ele.
Foi p... A campainha.
Abro. E é ela. Amanda.

A garota me afaga a cabeça calva, inclusive a de baixo, sem dizer nada e sorri de mostrar os dentes superiores. Ofereço água. Ela aceita desde que morna. Ela, agora, aqui, se chama Amanda... essa menina... mas eu só a chamo de Gostosa.
- E aí meu velho como anda essa pica? – ela opta pela saudação raivosa. Sabe que eu curto isso.
- Mole... como sempre. – defino.
Ela dá a mais prostíbula das risadas e eu o mais decadente dos sorrisos. Somos eu e ela e ela sabe o que vai acontecer. Jogo ela na cama com a força dos meus braços flácidos que já agarraram muitas putas e mães nessa vida. Mando ela abrir as pernas.
- Mostra essa chana, Gostosa. (entenda com ou sem vírgulas. deixo a gramática para ti).
- Então vem, coroa Safado.
Ela diz esse “safado” com uma arte... uma arte piranha. Ninguém chama ninguém de safado assim. É um coroamento. É medalha no peito. É brasão de ouro.
Ela abre a imensa covona e eu vou lá conferir o material. Língua é pra isso, neném. Vcs que perdem tempo com falas. Fiquem velhos e aprendam a usar sua língua como falo. Fodo-a até minha glote ficar dura. É ainda o órgão mais duro do meu corpo. Sinto algo. Não. Não pense. Não repare. Deixe a mente vagar. Tarde demais: a jactância decresceu. A vontade nem chegou ao grau da intenção.
- Não pára, lingudo. Safado. Babão. Puto. Tarado. chupa Chupador. Vem.. – Amanda declama todas as putarias que conhece tão bem. Ela é o glossário da sacanagem. Atrae a mente de qualquer um. Aquele discurso faria um homem gozar. Um homem jovem. A relutância da idade, porém, ainda tapa os ouvidos do meu pau.
Lambo e lambo. Caninamente eu lambo sim. Tenho muita sede e ela goza...fingimento? Eu sei q não... Amanda é uma profissional por diletantismo. Amanda não mente. Ela curte gozar. Fica toda preguiçosa. Me puxa pela cabeça careca e pela barriga pornográfica. Me agarra com pernas e braços. Minha língua ainda está dura quando me beija pra chupar mesmo. Com vontade. Me estupra com aquela bocarra que já tateou muitas glandes por aí. Amanda é tudo. Se move como serpente. A cama é seu ninho e eu sou um passarinho ali. Tadinho, perdido. Puxa meu piru. Me impede de falar o que eu ia falar.
Pega-o com todos os dedos. Enche a mão. Me mostra seu troféu. Veja só o que tenho aqui, parece dizer. Nem me surpreendo em vê-lo tão duro. Faz e desfaz com o brinquedo de carne em suas mãos. Segura com vontade, vai até onde quer. Me emudece então uma sensação de sair de mim e eu vou saindo até... sair. Penso que morri mas estou sobre uma cama. Um velho aposentado nu numa cama em Copa. Estou cansado e meu pau, satisfeito. Ela também. Ri um bocado. A safada.
- Tchau, velho safado.
O dinheiro está na estante... Ela já sabe. Mulher de falar pouco e fazer muito. Ela é o segredo de eu ainda estar vivo. Não me vejo mas sinto. Sou um homem feliz.
Olho para cima da estante ao lado e encaro o comprimido azul.
Ah que vontade de morrer... de rir.


Operação Condor

“Já estou de saco cheio de lésbicas.
Esse papo de admiração à distância já gorou pra mim.
Não entro numa de voyer. Quero ser parte do show.”

“Cara. falando assim vc soa como um mal-resolvido.”

“Pois sou mal resolvido mesmo. Odeio gente bem-resolvida.
Não mude de assunto... Estou de saco cheio das lesbos.”

O outro se calou.

“Onde vou é sempre a mesma coisa . Antes, pelo menos, eram duas baiacas ou pelo menos uma com uma cara muito franchona dotada de um buço igualmente ameaçador. Agora, não, são essas garotas lindas, atracadas na pista. São até depiladas!!! Olha lá. Tipo aquelas. Vai lá. Vai tentar conversar...”

- Oi.

- Oi o quê?

- Ora, oi. Vcs são namoradas?

- Não, somos amigas. Pq?

- Eu não beijo meus amigos na boca.

- Não beija pq vc é mal resolvido... Maneh!!!

“Putz que malas.”

“Viu? Aí elas saem e te deixam lá de pires na mão. Será possível que vou ter que pegar homem pra poder ficar com uma mulher?”

“Pior que sim. Me contaram de um cara que depois que passou a boiolar pegou todas essas minas lesbos. O problema é que ele já não curtia mais.”

“Sério? Mas eu nem quero pegar as minas lesbos. Eu só quero saber onde estão as que curtem PI-RO-CA.”

“Calma. Não precisa gritar.”

“Além do que eu odeio homem. Nem consigo me imaginar pegando em outro pau que não seja o meu. Na verdade, eu mal pego no meu.”

“Vc não precisa pegar no pau de ninguém, maneh.”

“Como é? Que porra de bicha vc quer q eu seja, que não pega no pau dos outros? Me diz! Bicha que se preze tem que pegar no pau do outro e metê-lo na bunda, sabia não? Faz parte.”

“Finja.”

A discussão ainda durou algum tempo. Por fim, conseguiu convencer o amigo de que a melhor estratégia era virar (sem trocadilho) gay se realmente queria melhorar seu ibope com as mulheres... mesmo as heteros. Mulheres heteros, segundo pesquisa dos cientistas britânicos, sentem profunda atração por homens boiolas ou pós-boiolas. O número de casos de mulheres que traem seus maridos com boiolas na Grã-Bretanha só é menor que as que traem com outras mulheres.

“Mas que merda.”

Fizeram um teste dias depois. Caíram na naite. Foi difícil e necessário beber muito. Escolheram um lugar onde certamente seus amigos não iriam. Não era uma boate gay. Era só uma boate. Que horror – ele pensava. Começaram a se agarrar. O efeito, porém, não foi o esperado e acabaram sendo expulsos por dois seguranças a pedido dos habitués. Levaram chute na bunda – o que, na classe das agressões leves é, certamente, a mais humilhante. A noite, porém, não foi totalmente perdida. Duas meninas saíram arfantes da boate e foram em sua direção. Viram toda a cena e acharam um absurdo de preconceito... Estavam realmente arfantes.

“Vcs dançam muito.” disse a que tinha um piercing na sobrancelha. “Fico excitada com homens veados.” disse a outra que tinha cabelo vermelho e 3 bolas de metal na orelha.

Confirmando a pesquisa britânica, comeram as duas garotas. Transaram a noite inteira. Fizeram a festa. Num dado momento uma das garotas, exausta, falou: “Transem aí que nós queremos ver.” Um olhou pro outro. As duas garotas suadas em cima da cama do hotel começaram a rir fininho como se tivessem feito traquinagem... Era a hora da vingança.

“hahaha suas otárias. Nós não somos gays, Fizemos isso só pra poder comer umas lesbozinhas.”

Elas ficaram ruborizadas. Chingaram os dois de muitos nomes - coisas feias - e fugiram do quarto deixando dois caras nus com seus pirus moles de fora em cima da cama. Os dois riram pacas e depois foram ao banheiro vomitar.

A moda se espalhou pelas festas e as garotas já não sabem se os caras são mesmo gays ou impostores.

Q puxa.