sexta-feira, novembro 19, 2004

Caixa Preta em Tempo Real

Daqui t ouço.
Daí me vês.
Daqui pergunto.
Daí respondes.
Daqui t toco.
Daí me 'tambéns'.
Daqui me apresso e pego um trânsito. Dos diabos. Putz. Enfrento a barra de Copa ao meio-dia pra voltar pra fresta quadrada onde me arrasto e espero por t.
Daí c chega e pergunta o tempo que eu nunca sei se está bom.
Daqui me esquivo dos diretores e dos guardas da prisão. Eles rondam tossindo a noite inteira com problemas de pressão. Pressão. Fui flagrado olhando pela fresta, fudeu...
Daí me escreves. E trazes os saquinhos de chá pra tomarmos assim, ó... mó.
Daqui aguardo ansioso a próxima visita. É meu querido banho de sol no pátio.
Daí me trazes a lima dentro do bolo. Olhas prum lado e pro outro e t vai... d volta.
Daqui eu desgasto a grade. A boa e velha grade d todo dia. Eu tiro dela mais metal que sangue das minhas mãos. Quero esta puta bem fina. Escondo o pó dentro dos sacos de mó guardados no armário.
Daqui eu fujo.
E daqui eu chego aí.
E daí... a história é outra.
Bom, daí já não sei mais. Té amanhã. T. chau.

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