sexta-feira, novembro 26, 2004

Andando como nosferatus

Esperei por ele toda manhã. Ele veio.
Falou algo que era a mesma frase dita meses atrás. Nem ao menos a inflexão... Nem ao menos na voz uma mudança. Caminhamos porque era natural que decidíssemos caminhar já que tudo era déja vu. Ao tentar tomar sua mão senti uma reprimenda que me deixou um tanto confusa. Recolhi e senti... meus dedos estalaram; minha mão ficou fria.
Foi falando um pouco mais de coisas que sempre eram (sempre foram?) sentenças incompletas interrompidas pelo ar. Tomei o ar e não havia vento, nem prenúncio de nada tempestade, portanto, o problema estava aqui.
A cidade foi se abrindo sem escolha sem vontade. As ruas passeavam por nós como se nós é que fossemos um certo lugar. Eu reprimi um sentimento dominó porque era natural reprimí-lo. Engoli-o tipo uma pílula. Isso, desce devagar pra ser triturado pelas forças intestinas. Bateu um mal estar e resolvi olhá-lo logo. De uma vez. Por todas. De nada. Por nada. Não sei. Estava muito tranquilo mas ficou desconcertado, como de hábito.
Ah, resolvi te olhar pq, sabe-se lá... vai que te cai uma bigorna.

Vai que me entra uma bala perdida.

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